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quinta-feira, 29 de julho de 2010

É possível viver sem as compras

Não vamos nem falar de ir ao shopping, ao supermercado ou fazer compras no sentido mais amplo desta experiência. Pense em seus hábitos mais simples e quase imperceptíveis de consumo: acender a luz ou abrir a torneira, ligar a TV a cabo, usar o combustível do carro ou pagar a passagem do ônibus. Todas estas simples ações dependem de dinheiro, não é?

O irlandês Mark Boyle foi às últimas conseqüências e se tornou “the no money man”. Há mais de um ano ele vive sem dinheiro. Faz a própria comida (e muito mais), toma banho no rio e afirma que “nunca foi tão feliz ou tão saudável quanto tem sido nestes meses”. Com seu computador que usa energia solar, incentiva a criação de comunidades de trocas pelo site da ONG dele.



No dia 21 de junho, um grupo de pessoas de várias partes do mundo resolveu começar a experiência “Six itens or less”. Os participantes devem escolher seis peças de roupas e prometer usar apenas elas durante um mês. Os relatos podem ser conferidos no site e no twitter. Veja lá.
Para mim parece simples, se você escolher as peças corretas (roupas íntimas não estão incluídas, tá?), mas eu sou fraca de compras. E você, quanto tempo consegue ficar sem gastar?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Quando foi a última vez que você passeou em um parque?

Em mais uma bem-sucedida troca da esteira pela caminhada ao ar livre, recentemente descobri o Reservatório Sumaré (veja fotinhos acima). Não posso dizer que é assim um lugar escondido, mas como moro por aqui há pouco mais de um ano, nunca tinha entrado lá.
Em Indaiatuba, onde eu cresci, o point da caminhada é o Parque Ecológico. Basta ir nas horas certas que você entenderá o código do local. Claro, você tem que respeitar. Bicicletas em uma pista, pedestres na outra, no mesmo sentido em que os carros se locomovem.
No parque do Reservatório é a mesma coisa. Há uma espécie de quadra (em que é proibido jogar futebol) ocupada pelos caminhantes. Fique tranquilo, os frequentadores mais assíduos já estarão lá e você logo vai perceber para que lado se anda. Quem preferir também pode caminhar em trechos de terra ou pedrinhas. Provavelmente vai precisar de várias voltas para atingir sua meta, afinal o local é pequeno, mas me parece uma opção melhor do que caminhar na também popular Avenida Sumaré (embora seja uma área plana e o canteiro pareça agradável, você é obrigado a respirar a fumaça dos carros que passam ao lado).
Eu sei que São Paulo tem opções mais populares como o Ibirapuera ou o Parque da Água Branca (uma amiga me contou hoje que conheceu o Parque da Independência e adorou), mas a gente deve valorizar o que está perto da gente, não é? E não adianta querer ser "verdinha" e pegar o carro para ir atééééé um local mais bacana. Então, para mim, caminhar entre árvores vendo antenas de canais de TV e reservatórios que parecem coretos está mais do que bom.
E você, onde vai para caminhar ao ar livre?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Adoro vinho, mas o que fazer com as rolhas?


Os amigos já sabem... Adoro vinho! O líquido a gente saboreia (água na boca), a garrafa a gente envia para reciclagem, mas e a rolha? Não temos aqui em casa aqueles utensílios fofos de decoração que ficam elegantemente expostos num canto da sala, então elas são acumuladas em potes reaproveitados como estes da foto.
Repassando a vasta lista de coisas que podem ou não ser recicladas comecei a pensar na rolha (afinal, os potes tem limite). Para começar a história, a cortiça que faz a rolha vem das cascas do sobreiro, uma árvore que só nasce em algumas partes da Europa e 50% da produção vem apenas de Portugal. Isso já a torna algo que deveríamos usar menos, pois é um recurso natural. É renovável, claro, a gente pode plantar mais destas árvores, mas como todo recurso natural deve ser utilizado com cautela, certo? Além do mais, o sobreiro demora muitos anos para fornecer a primeira casca e depois só pode ser “descortiçado” a cada 9 anos.
Já existem rolhas sintéticas, mas há quem diga que não funcionam da mesma forma. A cortiça tem partículas que permitem uma levíssima entrada de ar no vinho. Muito chique...
Em Portugal, o projeto Green Cork, liderado pela Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) em parceria com algumas empresas, criou um processo de coleta e reaproveitamento de cortiça. As rolhas não podem ser utilizadas para produtos alimentícios novamente, mas são trituradas e se transformam em placas e outros materiais. Já diminui bastante o número de sobreiros necessários. Este vídeo com o ator António Capelo conta como funciona.


Adorei o sotaque dele!
Tentei encontrar alguma iniciativa aqui no Brasil, mas não fui feliz... Você conhece alguma?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Água não substitui vassoura



Há algumas semanas já queria escrever sobre isso e esta reportagem do programa Legendários me deu o impulso final por que aborda o assunto de uma forma leve e divertida.

Parece que tem dia que todos os faxineiros de prédios e donas de casa combinam. Você passa na calçada e vê um esguicho atrás do outro. Sem falar naqueles com alta pressão. Quantos litros de água por minuto será que aquele negócio gasta, heim? E, ainda, joga a sujeira para a rua...
Eu entendo que às vezes a água é a melhor solução para limpar algo, mas a vassoura pode ser usada na maior parte dos casos, não é não? E quando a água for necessária, basta pegar um balde e jogar apenas no local infectado. rs Se essa água for reaproveitada (da máquina de lavar roupas, por exemplo) melhor ainda.
Então, tira a vassoura de trás da porta, devolve ela pra atividade e tenha uma boa semana!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Compostagem - capítulo 2

Foto do dia 3 da compostagem, 30 de junho

Foto da compostagem hoje, 15 de julho



Não esqueci dela não. Minha minicompostagem está na área de serviço, crescendo alegremente. 

Ela já recebeu cascas de cebola e alho, restos de pó de café, cascas de ovo, folhas e galhos das plantinhas.

É importante mexer sempre, para que a mistura aconteça. Também é bom jogar terra. E se você não tem um pote de sorvete guardado, pode reutilizar sacolas plásticas ou garrafas PET cortadas.
Já dá para perceber que a compostagem vai diminuindo bastante de volume com o passar do tempo, o que não ocorre se o lixo estiver todo misturado. Não está com cheiro ruim e, como estou privilegiando materiais secos, não está criando chorume.
E aí, já começou a fazer a sua? Deu certo?
Se você não tinha visto o primeiro post desta série clique aqui para conferir.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Lições básicas sobre reciclagem

Quando a gente era criança, minha mãe andava com um livreto xerocado debaixo do braço para entender e ensinar o que era reciclagem. Pioneira a mulher, viu? Enchia o porta-malas do carro e levava o lixo separado para um tiozinho. Hoje em dia, só não recicla quem não quer. Então, se ainda não faz, é só começar. Vai ver como vira um hábito rapidinho.
Primeiro passo – Na verdade, na verdade a gente não “recicla” em casa. A gente só separa o lixo (ou os resíduos, termo mais politicamente correto). Então, encontre um local em que possa entregar o material para que ele siga de fato para a reciclagem. Veja se há coleta no seu prédio ou na sua rua (há Prefeituras que fazem em dias alternados à coleta do lixo comum). Também pode ser que encontre em um supermercado, uma escola, uma cooperativa, um catador que passa por aí ou no local em que você trabalha.
Segundo passo – Mesmo se não conseguiu ainda passar pela etapa anterior, encontre um cantinho da casa e COMECE A SEPARAR. O lixo reciclável é o lixo seco e deve estar limpinho (use a água que cai do banho para lavar a embalagem do shampoo e a água do enxágüe das louças para lavar embalagem de alimentos). Veja no cartaz abaixo um resumo do que é e o que não é reciclável. Se preferir, aprenda mais no site do Cempre.
Terceiro passo – Comece pelo mais fácil: jornais, revistas, garrafas, latinhas e vá se entregando ao maravilhoso mundo da reciclagem. Em breve você vai separar até aquele cilindro de papel que sobra no final do rolo do papel higiênico.
Quarto passo – Muito do que não é recebido nos postos de coleta comuns, pode ser encaminhado para postos especializados, como os que recebem pilhas e baterias de celular, mas isso é tema para outras conversas mais adiante. Por enquanto, vá separando também e conte aqui pra gente se você descobriu algum lugar legal para fazer essas entregas.

Ah, é bobagem separar o lixo por categorias (papel, alumínio, etc), porque a separação será feita no manuseio dos resíduos, mais à frente no processo. Pode unir tudo o que é reciclável em um mesmo latão ou caixa, desde que a coleta no local em que você entrega seja aceita desta forma.
Se quer aprender mais sobre o assunto visite este site.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dicas para festas mais sustentáveis

Não quero soar (eco) chata, mas festa em casa muitas vezes é sinônimo de desperdício, você não acha? Normalmente sobra comida e um monte de lixo repleto de materiais descartáveis, alguns recicláveis outros não.

Enquanto São João ainda está pertinho vou usar o exemplo da festa julina que tivemos lá na SOS Mata Atlântica, onde eu trabalho. O convite já dizia para as pessoas levarem suas canecas (xô copos plásticos!), as bandeirinhas foram feitas com jornal e o super Zé, que trabalha com a gente, teve a idéia de fazer enfeites com aqueles sacos plásticos que os entregadores de jornal usam para não molhar o papel. Veja os resultados do trabalho das mãos habilidosas do povo:


Vai fazer um jantar, um aniversário, um chá da tarde ou seja lá o que for? Solte a criatividade e entregue-se às alternativas. Vai ser legal, eu prometo.
Veja algumas dicas.
Básico: Separar o lixo reciclável do orgânico. Os convidados vão entender se vc tiver um latão só para os copos, pratos, garfinhos e outros itens recicláveis. Depois é claro que você tem que encaminhar o lixo para o local certo.
Intermediário: Não usar materiais descartáveis. Junte os seus e empreste copos, pratos e talheres de verdade.
Avançado: Todas as anteriores e ainda ser sustentável desde a decoração. Reaproveitar materiais de outras festas, colocar a galera para fazer os enfeites com coisas que vocês tenham em casa, liberar a criatividade.

Como sustentabilidade é um caminho praticamente sem fim, estas são apenas algumas sugestões mínimas. Tente ousar, mas lembre-se de envolver e não constranger os convidados. :)

domingo, 4 de julho de 2010

Caminhos de floresta num jardim aberto ao público


Mais um dia em que optei por não consumir energia elétrica na esteira e fui caminhar pelo bairro. Dessa vez, entrei na Adalbertolândia. Este é nome do simpático jardim que oferece mudas grátis. E ainda tem um slogan: “a única lândia que é de graça”.
Trata-se desta esquina da foto, propriedade particular mas que desde 1969 é aberta para o público aos finais de semana e feriados, gratuitamente. Lá dentro, mães e filhos se divertem nos brinquedos de madeira em meio a uma minifloresta, com placas indicando os “caminhos” numerados e informações sobre as espécies.
Do lado de fora da Adalbertolândia está esta placa que eu já tinha visto outro dia. Sempre tem uma muda de árvore esperando um dono na calçada.

Não acha super nobre alguém abrir mão de parte da sua propriedade para oferecer um pouco mais de convivência com o verde para as outras pessoas, muitas que ele nem conhece (como eu)?
A cidade de São Paulo tem cerca de 4,6 m2 de área verde por habitante (segundo levantamento da Prefeitura em 1995). O índice ideal – que todo mundo diz que foi definido pela ONU, mas não se sabe ao certo de onde veio – é de 12 m2 de área verde por habitante. Precisamos de mais Adalbertos para chegar lá, não acham?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Caminhando e pensando

Domingão, dia de sol, tarde livre... resolvi trocar a combinação esteira + TV (péssima para o ambiente!) por uma bela caminhada. Me dei bem, claro. Descobri um simpático jardim que oferece mudas grátis (vou investigar melhor e depois conto para vocês), andei por ruas residenciais bem arborizadas, aproveitei para comprar alguns bilhetes do metrô e, de quebra, as ladeiras do meu bairro vão deixar as pernas mais firmes do que qualquer esteira seria capaz.


Um professor da faculdade de Jornalismo costumava dizer que a gente vive em caixas (ou bolhas). Se ele dizia isso há mais de 10 anos (alerta de denúncia de idade!), imagine agora. A gente sai de casa e entra no elevador, depois no carro, no estacionamento, no shopping ou no trabalho. Vamos deixando de lado a experiência com o mundo e com as pessoas. E isso gera nossa individualização. Sempre que caminho, me sinto mais parte do mundo e isso ajuda a refletir sobre a relação que temos com o resto da humanidade. Somos partes de um mesmo todo e somos interdependentes. O que a gente faz aos outros ou ao mundo volta pra gente.

Filosofia demais? Just keep walking (mas sem whisky) e olhe sempre para os lados. Tenha cuidado, estou percebendo que o castigo vem depressa. Dia desses, resolvi voltar à esteira (já estava muito escuro lá fora). Fui pra sala de ginástica e não é que eu levei um semitombo daqueles que faz barulho. E, claro, tinha mais gente na sala para presenciar o mico.