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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O que as escadas rolantes dizem sobre nós?

A escada rolante é uma daquelas maravilhas do mundo moderno que a gente já nem se dá mais conta de quanto usa e abusa. Uma vez, ao chegar na Rodoviária de São Paulo vi um senhor paralisar em frente a ela porque nunca tinha visto nada igual. De fato, em algumas cidades ela ainda nem existe. Em Indaiatuba, ela foi novidade no final dos anos 90 e a criançada ia para o shopping para ficar subindo e descendo.


Hoje, cheguei de viagem no Aeroporto de Congonhas e uma senhora que estava no meu vôo fez como o senhor vindo do interior: paralisou sem entender o que era aquilo que se movia na frente dos seus pés. Eu falei um tímido: “a senhora quer ajuda?”, mas foi tímido demais, não serviu para nada. Uma moça que vinha em seguida conseguiu exercer a gentileza. Chegou, pegou na mão da senhora sem dizer nada e viajou escada abaixo. Gente, a mulher aprendeu a andar de avião antes de aprender a usar a escada rolante! E um monte de gente neste Brasil que a gente desconhece NUNCA VIU UMA ESCADA ROLANTE! E eu não consegui ajudar a mulher!

Há alguns anos, tive o prazer de reapresentar São Paulo a uma querida amiga de Recife que só tinha vindo para cá na infância. Agitada como só, ela se identificou de cara com a cidade, mas ficou espantadíssima com um detalhe que a gente que está aqui todo dia nem vê: as pessoas andam na escada rolante! Não é que é verdade? Para na escada do metrô de uma forma que feche a passagem e você será atropelado ou xingado na certa. Será que precisa? Então vai pela escada normal, faz exercício e deixa de estimular o uso de energia.

Tudo isso me faz lembrar um livro que para mim foi muito especial. É o "Devagar", escrito por Carl Honoré. Ele nos lembra como faz diferença comer sem pressa, se concentrar, respirar, enxergar as pessoas que estão à sua volta... e principalmente viver um momento de cada vez, conscientemente. Só assim eu pensaria em dar a mão amiga pra tiazinha e, quem sabe, até bater um papo para conhecer o que a trazia a esta cidade enquanto atravessávamos o saguão e eu explicava onde ela poderia resgatar suas malas. Ok, vou reler o livro. :)

Um comentário:

  1. Oi Liiiii! Bem legal o post...
    Eu me lembro de ficar tirando sarro de amigos que moravam em cidades que não possuíam escada rolante!

    Beijo

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